sexta-feira
.Desculpas por ontem.
Fome. Hoje eu vomitei três vezes. Depois, olhei pra bem dentro de mim mesma e, diante do espelho, me julguei com o dedo em riste. Não disse basta, mas sabia que deveria dizer. Meu sorriso grande da noite passada ficou por lá mesmo. E é sempre assim. Tento lembrar quantas vezes chamei o garçom naquela mesa do canto e pedi “mais uma por favor”. Impossível. Fome. Cresce enquanto escrevo. É que eu não aprendi ainda a não fazer aquilo que não quero. Na verdade, esse aquilo que não quero é o que eu gostaria de fazer sem me culpar. Mas, no dia seguinte, ficam as dores, as marcas, as lembranças, os esquecimentos e alguma vontade. Só sei que num determinado momento alguém perguntou o meu nome e eu não sabia mais... Houve também uma conversa sobre pianos, pianistas, alpinistas e gracilianos. Você fez alguns elogios baratos e eu, suscetível, embriagada, com o coração na cabeça, simplesmente sorri. Aquele de consentimento. De “ok, já ouvi isso antes e sei muito bem no que vai dar...”. De fato. Depois disso, ficamos íntimos.
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2 comentários:
Ressaca moral. É como costumo chamar isso.
Isso me lembra alguma coisa!
Fernando
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