quinta-feira

E tudo (de brincadeira) era uma vez...

Era uma noite de sábado e Alice não sabia pra onde ir. Mas sabia que precisava de algum lugar...
Ela colocou o seu melhor vestido e fez o melhor em relação a sua aparência de menina. Alice não gostava quando diminuíam mais ainda a sua idade.
Alice precisava dançar. E isso era uma certeza. Ela precisava afastar os seus fantasmas e dançar os expulsava. E pra bem longe...
Alice caminhou numa direção. Mas no meio do caminho, percebeu que não era pra ser assim e retornou de onde havia partido. Pensou por alguns minutos, sentada num banco de um ponto de ônibus. Levou exatos 15 minutos para escolher que iria pra não sei onde. Pegou o primeiro ônibus que apareceu e foi com cara de quem não quer nada. Alice não queria.
Retocou o batom cor de rosa e chamou a atenção dos passageiros. Ah, os passageiros...
Percebeu, minutos, tantas curvas depois, que passava por uma rua conhecida, pela casa de uma pessoa mais ou menos conhecida e sorriu, pensando que ela poderia não sabia o quê.
Mas Alice se mantinha calma. E sedenta. Bebeu um gole de sua garrafa de não-água e se viu no reflexo do vidro da janela daquele coletivo, cujo destino Alice desconhecia.
Era uma vez um viés. E tantos e outros mais. Uma cor, e outra e muitas. Era uma vez o silêncio. Era uma vez a vontade de ficar emudecida, sozinha, tranqüila, em paz.
Era uma vez um caminho. E tantos e outros. Pássaros cantando ao amanhecer de um domingo qualquer. E pessoas dormindo pelo chão, em bandos, aos tantos, na volta pra casa de Alice. E o frio que cortava a nuca e as orelhas. Era Alice do País das Maravilhas. Mas que Maravilhas? era Uma vez um breve sonho com personagens tão... Era uma vez um sonho. Alice no ônibus. Volta pra casa. Solidão, fome e frio. “Alice? Eu? Não, foi engano...”

Nenhum comentário: