segunda-feira

Sábado de Carnaval

A mesa está posta. O café está pronto. As mãos vazias. Os copos cheios. As bocas lotadas. De sorrisos gastos. De mordidas bem dadas. E era tanto. E era aos poucos. E era final de um dia novamente. E era o jogo. Os naipes de sempre em cores diferentes. Confetes cujas nuances lembravam as usadas na infância. E era o carnaval. E o que era eu? Por debaixo da máscara e dos véus. Por trás de tanto fel, os dias de carnaval, longos, frescos, embriagados, o que eram? E eram verdes. E eram dois. Os olhos que se colocaram no meio de meu caminho de tantos como eu. E olhavam fundo, lá dentro, como que numa viagem de leitura rápida daquilo que eu sou. E tudo se encaixava. Tal qual cena de cinema, aquele close perfeito do cantinho da boca. E eu era um e depois, dois. E eu era dois e era tudo frívolo, seco, rápido como uma jogada bem pensada. E eu era um.

2 comentários:

Priscila de Oliveira disse...

E era mais um soco no estômago... Ou até dois, tanto faz...

alineaimee disse...

tá linkada!